Trump diz que tem autoridade suprema para reabrir EUA e que situação é muito boa

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira (13) que é ele quem decide quando reabrir o país, e que a situação nacional é “muito boa”.

“Eu tenho a autoridade suprema”, respondeu Trump ao ser questionado sobre quem teria o poder de decisão para retomar a economia no país. “Estamos muito próximos de completar um plano para reabrir nosso país, com sorte, até antes do planejado.”

No entanto, ele se recusou a dar uma data, afirmando apenas que a população saberá nos próximos dias.

Até o momento, os EUA são o país mais afetado pelo novo coronavírus, com 524.514 casos confirmados e 20.444 mortes.

“Acredito que todos os estados querem abrir, não acho que [os governadores] discordariam”, disse ele. Nove estados declararam nesta segunda que estavam fazendo planos para reabrir lentamente seus comércios e flexibilizar o distanciamento social.

Em entrevista coletiva na Casa Branca, Trump também defendeu repetidamente sua estratégia de enfrentamento ao novo coronavírus, citando que baniu viagens vindas da China em janeiro de 2020, quando não havia nenhum caso confirmado nos EUA, sob críticas de opositores.

Ele disse que se foi atacado por sua estratégia, foi por agir muito cedo.

O presidente também ressaltou que tem fornecido todo o apoio aos estados. “Ninguém que pediu por um ventilador mecânico não o recebeu. Entregamos todos os hospitais e ventiladores mecânicos que os governadores pediram, até mais do que precisavam”, disse. “Tem leitos que construímos que nem foram usados”.

Ele se disse infeliz com a atuação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da OIT (Organização Internacional do Trabalho), e que decidirá nesta semana sobre a continuidade do financiamento dos órgãos.

‘É uma coisa incrível’, diz Trump sobre uso de geolocalização

O presidente dos EUA também comentou sobre um projeto da Apple, de usar os dados de geolocalização dos celulares para alertar caso os usuários entrem em contato com um paciente com COVID-19.

“Eu acho uma coisa incrível. Muitos ficam preocupados do lado constitucional, mas eu acho incrível”, disse ele.

No Brasil, estratégia similar foi adotada em estados como São Paulo e Santa Catarina e duramente atacada pelos primeiros-filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro.

Eduardo chegou a comparar o governador paulista João Doria (PSDB) a um ditador em publicações nas redes sociais.

O MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações) havia planejado implementar iniciativa semelhante a nível nacional semanas antes dos estados.

Após as críticas da família Bolsonaro, o ministro Marcos Pontes deletou de suas redes sociais a publicação em que fazia o anúncio.

O cargo de Fauci

O presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado do médico Anthony Fauci

O presidente dos EUA, Donald Trump, ao lado do médico Anthony Fauci em entrevista coletiva na Casa Branca

Foto: Kevin Lamarque/Reuters (7.abr.2020)

Antes de Trump se pronunciar, Anthony Fauci, o médico conselheiro da Casa Branca declarou que todas as suas recomendações foram ouvidas pelo presidente.

Neste domingo (12), Fauci declarou que se tivessem começado isolamento antes, poderiam ter salvo mais vidas. A declaração causou polêmica entre setores que apoiam o governo.

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Trump replicou no Twitter uma mensagem que pedia a demissão do especialista mais cedo nesta segunda, causando insegurança sobre a permanência de Fauci no governo. No entanto, o presidente e o médico negaram qualquer instabilidade e disseram ter boa relação.

“Nós estamos na mesma página [quanto à estratégia de enfrentamento] desde o início”, disse Trump.

Em sua fala, Fauci disse que qualquer abertura será gradual. “Não existe uma mesma fórmula para todos”, reiterou.

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