
Vinte e um pacientes estão internados em Centros de Tratamento Intensivo (CTI) de Belo Horizonte após serem infectados pelo novo coronavírus. O tratamento dos casos mais graves já é feito com a hidroxicloroquina em alguns hospitais da cidade, segundo declarou a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) à rádio Super 91,7 FM nessa quinta-feira (9). De acordo com o município, existe a liberação para uso do medicamento, mas a opção por administrar ou não a hidroxicloroquina nos pacientes com coronavírus e que estão em estado grave é uma escolha individual de cada unidade de saúde.
Além das pessoas internadas com quadros mais sérios, Belo Horizonte tem ainda 126 pacientes com coronavírus aguardando internação em enfermarias. Das 15 mortes por coronavírus ocorridas em Minas Gerais, seis delas estão registradas em Belo Horizonte – são pacientes com idades entre 60 e 92 anos, sendo quatro mulheres e dois homens as vítimas fatais da Covid-19 na cidade. Balanço mais recente da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), publicado também na quinta-feira, aponta para a existência de 304 casos confirmados de coronavírus em BH, que é a cidade com maior número de pacientes infectados em Minas.
Em entrevista exclusiva à rádio Super 91,7 FM, Kalil declarou que não há falta de leitos ou medicamentos em Belo Horizonte, mas o que o pior está por vir. Segundo ele, é preciso que as medidas de isolamento sejam duras, um cuidado que pode evitar que a capital mineira repita a tragédia acontecida na Itália. “Em Milão, por exemplo, houve uma curva bastante leve quando liberaram a população. Em dois dias, não tinha um leito em Milão, e nenhum CTI. É disso que nós estamos tratando, não é de como está, é de como estará”, esclareceu.
O prefeito pediu ainda que a população de BH continue seguindo as determinações para que o caos na saúde pública seja evitado. “Eu aviso ao povo de Belo Horizonte: relaxar agora está errado. Vai dar errado. Em quatro dias, se a pandemia chegar a Belo Horizonte, vamos precisar de 14 mil leitos. Nós temos dois caminhos a seguir. Vou seguir o padrão que deu certo ou o que deu errado. Preciso do povo saber disso. Milão saíram para a rua, igual queriam sair aqui para comprar chocolate. É falta de consciência, o que eu tô pedindo é consciência, só isso”, declarou.
Internações
Não há detalhes exatos sobre onde os pacientes em estado grave estão internados em Belo Horizonte, uma vez que a Secretaria Municipal de Saúde não pode publicar essas informações. Contudo, relatório encaminhado à imprensa pela Unimed-BH aponta que nos hospitais conveniados ao plano de saúde há 15 pacientes internados em CTIs, contudo o diagnóstico de coronavírus ainda está pendente para alguns deles.
Já nas enfermarias dessas unidades de saúde específicas, o número de pacientes é 47, sendo que nem todos receberam a confirmação da Covid-19 até o momento. Entre 27 de fevereiro e 8 de março, a Unimed confirmou o diagnóstico de 30 pessoas infectadas pelo novo coronavírus.
Hidroxicloroquina
A reportagem questionou a Secretaria de Estado de Saúde para saber se existe alguma determinação ou orientação da pasta para os hospitais que decidirem tratar seus pacientes com a hidroxicloroquina. À Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, foi perguntado se algum paciente internado com coronavírus e em estado grave na rede pública de saúde está recebendo tratamento com o medicamento.
O órgão estadual esclareceu que os protocolos sobre o uso da hidroxicloroquina são estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na terça-feira (7), o ministério publicou um guia nomeado “Diretrizes para diagnóstico e tratamento da Covid-19” com orientações aos profissionais da saúde. Uma nota informativa escrita pelo órgão ainda no fim do mês de março aponta o uso da cloroquina como “terapia adjuvante no tratamento” de pacientes com coronavírus em estado grave.
O documento, disponível para acesso no site do Ministério da Saúde, aponta que a automedicação é contraindicada e determina quais são as orientações aos remédios a respeito das dosagens. Ainda segundo a pasta, os órgãos competentes estão monitorando os estudos de eficácia e segurança da hidroxicloroquina em pacientes com Covid-19. “Em qualquer momento, (o Ministério da saúde) poderá modificar sua recomendação quanto ao uso destes fármacos, baseado na melhor evidência disponível”.
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