Coronavírus: corpos não reclamados em Nova York são enterrados em ilha

Drone pictures show bodies being buried on New York's Hart Island where the department of corrections is dealing with more burials overall, amid the coronavirus disease (COVID-19) outbreak in New York City, U.S., April 9, 2020. REUTERS/Lucas Jackson

Autoridades de Nova York afirmam que a Ilha de Hart, utilizada há décadas como cemitério, também servirá agora como destino para corpos não reclamados por familiares de vítimas do coronavírus.

“Pessoas que morreram por conta do coronavírus… devem ser enterradas na ilha nos próximos dias”, diz Freddi Goldstein, secretária de comunicação da prefeitura e Nova York, à CNN. Fotos feitas com drone na última quinta-feira (9) mostram diversos corpos sendo enterrados em vala comum no local.

A Ilha de Hart é utilizada como cemitério público há mais de 150 anos e é operada pela Secretaria de Administração Penitenciária da metrópole. Os corpos enterrados lá são, em sua grande maioria, de pessoas que não tiveram seus corpos reclamados depois de até 60 dias no necrotério, diz Goldstein. Mais de 1 milhão de pessoas foram sepultadas ali.

A cidade está transferindo corpos para lá para abrir espaço para outras vítimas, afirma a secretária. Com o grande volume de defuntos no momento, os cadáveres só ficarão na morgue por duas semanas, decidiu o gabinete médico da cidade. Se não forem reclamados neste período, serão transferidos para a ilha.

 

Goldstein reforça que somente corpos que não forem reclamados por familiares e entes queridos terão este destino. Apesar das novas regras, a secretária afirma também que, se as autoridades do necrotério conseguirem estabelecer algum contato com conhecidos da vítima em até 14 dias, o corpo não será levado para Hart.

“São pessoas que, depois de duas semanas, não conseguimos encontrar ninguém que diga ‘eu conheço essa pessoa, eu amo essa pessoa, eu vou tratar do enterro’”, explica Goldstein. “São pessoas que fizemos zero contato com a família.”

Normalmente, 25 pessoas são enterradas na ilha por semana, afirmou a porta-voz. Desde que a pandemia do coronavírus começou a fazer vítimas, no entanto, 25 pessoas têm sido sepultadas por dia no local.

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