Província mais atingida pelo coronavírus no Equador teve 6,7 mil mortes em 15 dias

A man passes by a LED outdoor screen during the coronavirus disease (COVID-19) outbreak in Brasilia, Brazil, March 24, 2020. REUTERS/Ueslei Marcelino TPX IMAGES OF THE DAY

O governo do Equador reconheceu que havia uma lacuna nos relatórios de mortes na província de Guaya e que, nos primeiros 15 dias de abril, 6.703 pessoas morreram na região, onde normalmente são registradas mil mortes por quinzena.

As autoridades não puderam determinar as causas de todas as mortes, mas deduzem que, além das mortes naturais, estão vítimas de complicações da Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, de acordo com a BBC. Com 17,4 milhões de habitantes, o país confirma o registro de mais de 403 mortes e de 8,2 casos de infecção pelo Sars-Cov-2.

Policiais olham caixão com possível vítima da Covid-19 em frente a uma casa no subúrbio de Guayaquil, no Equador, em 3 de abril de 2020  — Foto: Edison Choco/AP Policiais olham caixão com possível vítima da Covid-19 em frente a uma casa no subúrbio de Guayaquil, no Equador, em 3 de abril de 2020  — Foto: Edison Choco/AP

Policiais olham caixão com possível vítima da Covid-19 em frente a uma casa no subúrbio de Guayaquil, no Equador, em 3 de abril de 2020 — Foto: Edison Choco/AP

O elevado número de mortes dos últimos 15 dias aumenta o temor de que os casos de Covid-19 estejam subnotificados. O país não dispõe de testes e, por isso, muitas pessoas com sintomas morreram sem que fossem submetidas aos exames.

No domingo, a força-tarefa criada pelo governo anunciou ter recolhido 700 corpos em residências nas últimas três semanas em Guayaquil, capital da província de Guaya. Antes mesmo de atingir o pico da doença, a cidade enfrenta o colapso dos sistemas hospitalar e funerário, o que faz com que haja lentidão no recolhimento dos cadáveres. Desesperadas com o mau cheiro, famílias chegaram a deixar os corpos nas ruas.

Um brasileiro entrevistado pelo G1 afirmou que urubus passaram a sobrevoar Guayaquil após início da crise. Veja o vídeo abaixo:

Urubus sobrevoam céu de Guayaquil, cidade epicentro dos casos de infecção por coronavírus

Urubus sobrevoam céu de Guayaquil, cidade epicentro dos casos de infecção por coronavírus

A prefeita Cynthia Viteri reconhece o problema e diz que “não há espaço nem para vivos, nem para mortos” nos hospitais e cemitérios da cidade.

O presidente reconhece que o país, que enfrenta uma crise econômica, não estava preparado para enfrentar a epidemia.

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