Dalai fala em aumentos exorbitantes de salários e ‘farra’ com cartão corporativo na gestão de Wagner

O presidente em exercício do Cruzeiro, José Dalai Rocha, trouxe à tona mais atitudes que foram descobertas pelo Núcleo Dirigente Transitório na gestão de Wagner Pires de Sá. De acordo com o dirigente, houve vários aumentos salariais fora do comum para funcionários e sem qualquer justificativa.

Sem citar os cargos, Dalai disse que a antiga gestão atuava como se houvesse dinheiro sobrando no clube.

“Folha de pessoal inchadíssima. Histórias que você não acredita que pudesse ser realidade. Por exemplo, determinado funcionário ganhando R$ 5 mil, o sujeito chega e fala: ‘pra quê 5? Vamos passar para 15, vamos passar para 20’. Os salários foram aumentados, por exemplo, de 7 para 20, de 10 para 30, de 30 para 80, de 80 para 130. Como se tivéssemos uma filial da Casa da Moeda. Uma orgia”, em entrevista ao canal do jornalista Jorge Nicola, no Youtube.

Mas Dalai ressaltou o trabalho do Conselho Gestor para reduzir a folha de pagamento do clube em 81%, caindo de R$ 16 milhões para R$ 3 milhões mensais. “Mas graças a Deus está sendo reajustado. Demos uma enxugada na folha de pessoal, cortamos mais de 100 funcionários, e o Cruzeiro continua funcionando bem”, afirmou.

Durante a entrevista, o presidente também falou sobre a ‘farra’ com cartões corporativos no Cruzeiro na época da gestão de Wagner Pires. Segundo ele, assim como havia uma grande distribuição de ingressos para partidas, “centenas” de funcionários gastavam o dinheiro do clube de forma irresponsável.

“Tal como faziam com ingressos, faziam com cartões corporativos. Centenas”, contou Dalai que, ao ser questionado sobre quem tinha cartão corporativo, respondeu dizendo que “era mais fácil apontar quem não tinha”. “Vamos fazer uma relação e mostrar que talvez o porteiro e o zelador não tinham”, frisou.

Mas agora, de acordo com Dalai, há apenas dois cartões: um na Toca da Raposa II e outro na sede administrativa. “Hoje só têm dois. Um na Toca da Raposa II, com o pessoal do departamento de futebol, que precisa para as despesas, e outro na sede administrativa, no setor de tesouraria, para fazer compras de emergência”, disse.

Por fim, Dalai Rocha destacou que no fim do ano passado, quando Wagner Pires renunciou ao cargo, ninguém queria assumir o Cruzeiro. Agora, com o clube um pouco mais organizado, surgem candidatos para as eleições do dia 21 de maio para um mandato-tampão de junho a dezembro.

Atualmente, apenas Sérgio Santos Rodrigues está oficializado. Giovanni Baroni, que é candidato ao Conselho Deliberativo, e Ronaldo Granata, ex-vice-presidente na gestão de Wagner, mas que não participou efetivamente por discordar da direção, são dois nomes que podem surgir nos próximos dias.

“Hoje, pessoas conscientemente se oferecem para pegar o leme desse barco, que agora começa a ter um rumo. O incêndio começa a dar sinais de que vai ser debelado”, finalizou.

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