Pandemia provoca queda na arrecadação em MG, e Zema diz não ter dinheiro para pagar nada

A arrecadação de impostos de Minas Gerais despencou por causa da pandemia do novo coronavírus. A preocupação do governo, agora, é manter os salários em dia. A previsão é de atraso, mais uma vez.

O Estado afirma que continua negociando com a Secretaria do Tesouro Nacional para aderir ao regime de recuperação fiscal. A venda dos créditos do nióbio poderia aliviar o caixa, mas a negociação na bolsa de valores parou desde o início da pandemia.

A redução da atividade econômica afetou setores considerado essenciais na arrecadação do estado, como a mineração, venda de bebidas, eletrodomésticos e materiais de construção. Mas o maior rombo veio da receita com os combustíveis.

A venda de etanol, gasolina e diesel representa a principal fonte de receita do Estado. Por causa da quarentena, com milhares de pessoas em casa, o trânsito caiu pela metade. Com menos carros nas ruas, o consumo de combustíveis despencou. Nem a redução nos preços fez as vendas aumentarem.

Neste ano, a arrecadação vinha crescendo, na comparação com os primeiros meses do ano passado. Em janeiro de 2019, Minas arrecadou R$ 9 bilhões. Neste ano, R$ 9,4 bilhões. Em fevereiro, ficou quase estável, R$ 8 bilhões no ano passado e R$ 7,8 bilhões neste ano. Em março, a receita cresceu de R$ 7,8 bilhões para R$ 8,3 bilhões. Mas, em abril, com o reflexo da redução da atividade econômica provocada pela pandemia, a queda foi brusca. No ano passado, os cofres públicos colheram R$ 8,7 bilhões. Agora, até domingo (26), a receita pouco passou de R$ 4 bilhões.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o governador Romeu Zema (Novo), disse que o salário do funcionalismo está ameaçado. Segundo o governador, abril “foi o primeiro em que o estado não teve condição de, no início do mês, dar uma programação para o funcionalismo. Afirmou ainda que “para maio, vai ser muito pior” e que o estado talvez só consiga pagar meia folha.

Zema também afirmou que o pagamento de fornecedores já está atrasado. A receita de abril, segundo ele, foi razoável, porque a atividade econômica operou em março até o dia 22. Mas que, em maio, a estimativa é de uma arrecadação 45% menor. Não vamos ter dinheiro pra pagar nada, disse o governador.

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