Após saída de Moro, Bolsonaro chama empresários que o apoiaram para conversa

O presidente Jair Bolsonaro decidiu reunir em Brasília na manhã desta quarta-feira (29) um grupo de empresários que o apoiaram durante a campanha para uma conversa no Palácio do Planalto.

O encontro ocorre dias após Sergio Moro deixar o comando do Ministério da Justiça e acusar o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal, forçar a troca do diretor-geral da corporação e querer ter acesso a relatórios sigilosos de inteligência.

Foram convidados: Luciano Hang, dono das lojas Havan, Meyer Nigri, dono da Tecnisa; Flávio Rocha, presidente da Riachuelo; Sebastião Bomfim, dono da Centauro. Também irá participar do encontro o presidente da empresa de segurança Gocil, Washington Cinel.

Hang é, desde a eleição, um dos mais fervorosos defensores de Bolsonaro. No dia da saída de Moro, no entanto, chegou a publicar uma foto ao lado do ex-ministro, levantando dúvidas se romperia com o governo.

À coluna, Hang afirmou que Moro “é um herói”, mas que “sentir a saída de Moro e deixar de apoiar as pautas que sempre defendeu são coisas diferentes”. Segundo ele, essas pautas são privatizações, redução de impostos e combate à corrupção. Ele afirmou que Paulo Guedes, ministro da Economia, segue como um dos pilares do governo Bolsonaro e que, se entender que Bolsonaro cometeu um erro, irá criticá-lo.

Sobre a disputa entre o presidente e Moro, Hang disse que não tem dados suficientes para julgar o que aconteceu e citou um trecho bíblico: “Quem responde antes de ouvir, comete insensatez e passa vergonha, diz Provérbios 18:30. Eu não quero ser insensato, nem passar vergonha”, disse.

Sebastião Bomfim, dono a rede de lojas Centauro, foi o primeiro grande empresário do país a declarar publicamente que votaria em Bolsonaro. Como Hang, também lamentou a saída de Moro e defendeu a manutenção da diretriz liberal do governo.

Presidente do Instituto Brasil 200, que reúne cerca de 300 empresários, Gabriel Kanner chegou a dizer que a saída de Moro representava o começo do fim do governo de Bolsonaro. Hang afirmou à CNN que Kanner se “precipitou” e estava falando por ele e não por todo o grupo.

Tio de Kanner, Flávio Rocha adotou postura semelhante a de Bomfim e Hang: sinalizou estar descontente com a saída de Moro, mas decidiu não declarar oposição a Bolsonaro.

Muito próximo ao presidente, Meyer Nigri não fez críticas públicas à saída do ex-ministro.

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