Caso Adélio: Polícia Federal diz que inquérito que Bolsonaro pede para reabrir nunca foi fechado

A Polícia Federal afirma que o inquérito sobre a facada que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) levou durante a campanha eleitoral, em setembro de 2018, em Juiz de Fora, Zona da Mata Mineira, encontra-se em curso, não havendo sentido qualquer pedido de reabertura.

De acordo com a PF, desde a conclusão do primeiro inquérito, o qual indicou que Adélio Bispo, autor do ataque, agiu sozinho no dia da ocorrência, e a instauração do segundo inquérito, que busca identificar a participação de terceiros, os trabalhos jamais foram interrompidos.

“Isso não existe, o presidente não pode dar essa ordem, uma vez que o inquérito nunca foi fechado. Estamos buscando identificar a participação ou não de terceiros na prática do crime, emprestando apoio moral ou material à sua execução”, esclarece fonte da PF ligada diretamente às investigações.

No segundo inquérito, em fase final de conclusão, foram analisados os registros telefônicos, todas as informações bancárias, milhares de e-mails e todas as publicações em redes sociais. Além disso, foram realizadas pesquisas na internet e todos os documentos apreendidos com Adélio Bispo. A perícia em todos esses objetos apreendidos jamais encontrou indícios da participação de terceiros no crime.

Dos 4 aparelhos celulares de Adélio apreendidos, apenas dois funcionavam. Perícia não encontrou sinais da participação de terceiros. — Foto: Política Federal / DivulgaçãoDos 4 aparelhos celulares de Adélio apreendidos, apenas dois funcionavam. Perícia não encontrou sinais da participação de terceiros. — Foto: Política Federal / Divulgação

Dos 4 aparelhos celulares de Adélio apreendidos, apenas dois funcionavam. Perícia não encontrou sinais da participação de terceiros. — Foto: Política Federal / Divulgação

Bolsonaro deu a declaração nesta terça-feira (28) durante conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, no mesmo dia em que o “Diário Oficial da União” publicou a nomeação do novo diretor-geral da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, amigo dos filhos do presidente.

Ramagem substituiu Maurício Valeixo, cuja demissão motivou a decisão do então ministro Sergio Moro (Justiça) de deixar o governo. “Vai ser reaberta a investigação. Foi negligenciado. Foi a conclusão. Foi um lobo solitário. Como pode um lobo solitário com três advogados? Quatro celulares? Inclusive, andando pelo Brasil”, questionou o presidente.

Ainda segundo a fonte da PF, todas as informações recolhidas e materiais apreendidos foram criteriosamente analisados.

“O acompanhamento diário do noticiário e o estudo de vídeos publicados em plataformas de compartilhamento também foram objeto de análise e diligências. Tudo foi averiguado, desde as mais simples dúvidas até as teorias mais bem elaboradas, todas foram minuciosamente observadas ao longo do segundo inquérito”, afirma.

Dos 4 aparelhos celulares de Adélio apreendidos, apenas dois funcionavam. Perícia não encontrou sinais da participação de terceiros. — Foto: Polícia Federal / DivulgaçãoDos 4 aparelhos celulares de Adélio apreendidos, apenas dois funcionavam. Perícia não encontrou sinais da participação de terceiros. — Foto: Polícia Federal / Divulgação

Dos 4 aparelhos celulares de Adélio apreendidos, apenas dois funcionavam. Perícia não encontrou sinais da participação de terceiros. — Foto: Polícia Federal / Divulgação

Relatório parcial

A PF vai encaminhar para a Justiça, nos próximos dias, um relatório parcial da investigação que apura a existência de um suposto mandante do atentado contra o presidente. Neste relatório serão apresentadas todas as diligências e provas realizadas que acabaram por desconstruir diversas fake news e teorias da conspiração imaginadas em torno do assunto.

As investigações indicam que, até o momento, não há qualquer indício de participação de terceiros, sendo que o inquérito policial aguarda somente uma decisão do Supremo Tribuna Federal (STF), autorizando ou não a análise dos materiais apreendidos com o advogado, notadamente do telefone celular, uma vez que a OAB impetrou Mandado de Segurança alegando que as diligências de busca e apreensão no escritório de advocacia realizadas pela Polícia Federal feriram prerrogativas funcionais do advogado.

“Pedimos o afastamento dos sigilos bancários daquelas contas identificadas, bem como de todas existentes em nome do investigado. Também foram afastados os sigilos bancários dos advogados e de familiares do Adélio, nada tendo sido encontrado que pudesse indicar a participação de terceiros”, disse a PF.

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