Anvisa faz orientações sobre uso de plasma de recuperados para combater a covid-19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma nota técnica com informações sobre identificação e prevenção de “possíveis eventos adversos” referentes à transfusão de plasma em tratamentos como o do novo coronavírus, causador da covid-19. De acordo com a Anvisa, o objetivo é orientar o registro de eventos “de forma a contribuir para a qualificação das notificações, facilitando a consolidação dos dados e seu posterior uso”.

A Anvisa informa que o plasma obtido de doadores convalescentes de covid-19 difere somente pela presença de anticorpos contra o novo coronavírus. Dessa forma, acrescenta a agência, possíveis problemas transfusionais são os mesmos e “incluem risco muito baixo de transmissão de infecções por transfusão e de outras reações transfusionais, como a alérgica, além de sobrecarga circulatória e lesão pulmonar aguda associadas à transfusão”.

Em todos os processos – desde doação até transfusão – a Anvisa alerta que é importante respeitar os critérios estabelecidos pelas regulamentações vigentes, “mesmo que o uso do hemocomponente esteja em contexto de protocolo de pesquisa para tratamento da covid-19”.

“Alguns pesquisadores alertam sobre a possibilidade de um risco teórico de transmissão do novo coronavírus na terapia com plasma convalescente. O risco é considerado teórico porque o receptor já está previamente infectado e porque, até agora, não há registro de transmissão desse vírus por via transfusional”, informa a agência.

Segundo a Anvisa, de acordo com estudos que avaliaram o uso do plasma para tratamento de pacientes em estado crítico e em risco de morte devido à covid-19, os eventos adversos foram pouco frequentes, tendo sido relatada a possibilidade de lesão pulmonar aguda relacionada à transfusão e de reação anafilática. “Esses estudos, porém, foram realizados com número reduzido de pacientes, cuja condição clínica era diversa e que vinham recebendo tratamentos diferentes”, complementou.

A nota confirma a necessidade de reforçar a observação dos eventos adversos relacionados ao uso de plasma nos pacientes com diagnóstico de covid-19, dentro e fora do contexto dos estudos clínicos em curso.

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