Moradores de Brumadinho fazem novo protesto contra a Vale, por pagamento de indenizações

Moradores de Brumadinho atingidos pelo rompimento da barragem do Feijão, em janeiro do ano passado, fecharam a entrada da cidade e o acesso à Mina da Jangada, explorada pela Vale. Eles pedem o pagamento dos acordos de indenização firmados no termo compromisso entre a empresa e a Defensoria Pública. Os protestos começaram às 5h da manhã.

Foi o segundo protesto em menos de 15 dias. O último foi no dia 18 de maio, quando se manifestaram contrários à decisão da empresa de pagar auxílio integral somente para parte da população.

Os moradores seguem reclamando que a Vale não estaria cumprindo o termo, negando os pedidos de indenização por danos a saúde mental e danos econômicos. De acordo com o guia turístico Claudimar Oliveira Fonseca, que é morador de Brumadinho, só as vítimas e seus advogados “estão vendo que a empresa não cumpre os termos do acordo”.

“Por isso, continuamos protestando e cobrando”, avisou Claudimar.

O morador disse Claudimar que a população nunca imaginou quão problemático seria cobrar o que foi firmado em acordo.

Claudimar Fonseca explica novo protesto contra a Vale, em Brumadinho — Foto: Reprodução / TV Globo

Claudimar Fonseca explica novo protesto contra a Vale, em Brumadinho — Foto: Reprodução / TV Globo

O termo foi assinado em abril de 2019, mas os moradores reclamam que o acordo não tem contemplado centenas de atingidos que optaram vias extrajudiciais e individuais, deixando de fora indenizações por danos morais a população que enfrentou todos os tipos de violação de direitos humanos na época do crime e sofre com as consequências da tragédia.

O que diz a Vale

Em nota enviada à TV Globo, a Vale informou que “segue aberta ao diálogo, desde que de forma respeitosa, e reforça que seu principal foco de atuação é o atendimento às pessoas impactadas pelo rompimento da barragem. Com este objetivo, ampliou, no dia 13 de maio, o número de pessoas que recebem o auxílio emergencial da empresa de forma integral (um salário mínimo por adulto, ½ por adolescente e ¼ para cada criança)”.

Ainda de acordo com o comunicado enviado pela empresa, o benefício foi estendido aos moradores dos bairros Tejuco, Planalto, Salgado Filho, Ponte das Almorreimas, Aurora, Varjão I, Varjão II e Regina Célia, em Brumadinho; e às comunidades de Córrego Frio, Ana Maria de Souza, Cohab I e Cohab II, Retiro do Brumado, José de Sales Barbosa e Residencial Bela Vista do município vizinho de Conceição de Itaguá.

A decisão, informou a Vale, levou em conta a proximidade destas comunidades com o epicentro de impacto causado pelo rejeito que escoou da Barragem I, bem como a proximidade com as obras de reparação.

Além dessas comunidades, a mineradora destacou que já recebem o auxílio integral as pessoas que comprovadamente residiam, na data do rompimento, nas comunidades de Córrego do Feijão, Parque da Cachoeira, Alberto Flores, Cantagalo, Pires e nas margens do Córrego Ferro-Carvão, além das pessoas que participam dos programas de apoio desenvolvidos pela Vale.

Os demais beneficiários, finalizou a Vale, seguem recebendo 50% do auxílio, conforme acordo firmado na 2ª Vara da Fazenda Pública no dia 28 de novembro de 2019 pelo Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais, Defensoria Pública Federal e Vale.

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