‘Ainda não temos perspectiva de retorno’, diz reitora da UFMG sobre aulas durante a pandemia

Com aulas suspensas desde o dia 18 de março por causa da pandemia do novo coronavírus, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) ainda não tem uma definição sobre retomada do calendário acadêmico. “Ainda não temos nenhuma perspectiva de retorno, até que as autoridades de saúde nos digam que é possível retornar”, disse a reitora da universidade Sandra Regina Goulart Almeida.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta terça-feira (2), ela disse que um dos passos para o planejamento de retorno às atividades em curto, médio e longo prazo foi abrir consulta para ouvir dos alunos sobre as condições de acesso à internet e a meios digitais. Sandra Goulart reforçou a importância de os estudantes preencherem o questionário, disponível na página da instituição, para conhecer as opiniões e demandas antes de deliberar, com a comunidade acadêmica, sobre como será a volta às aulas.

“Nós temos que agir com responsabilidade e cautela. Este é um momento de excepcionalidade. Entendo que as pessoas estão ansiosas, nunca precisamos lidar com história desta magnitude. (…) Não há respostas prontas. Esta é uma construção conjunta, em diálogo com a comunidade. (…) Temos que ver o que pode ser feito a curto, médio e longo prazo”, falou.

Segundo Sandra, este planejamento, que está na primeira fase, vem sendo discutido pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e Conselho Universitário, ambos formados por alunos, professores e servidores. As discussões ainda vão contar com apoio do Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus da UFMG, que vai embasar cientificamente a universidade no enfrentamento à Covid-19.

Apesar de a UFMG já ter vários cursos disponíveis online, a reitora afirmou que, para se ter ensino remoto para os cursos de graduação e pós-graduação, é preciso considerar as especificidades de cada unidade e também como é o acesso dos alunos à internet.

Esta também é uma das preocupações do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que não contesta o planejamento cauteloso adotado pela instituição, mas vê com ressalva o método de ensino online.

“As aulas remotas podem dificultar o acesso e fazer com que qualidade de ensino se perca. O acesso à internet não é viável nas moradias universitárias. Muitos estudantes que moram em vilas e favelas também não têm acesso à internet de qualidade. (…) Tem estudantes quilombolas, que moram distante. E a mulher que tem filho, como vai fazer para estudar em casa?(…) Estamos chamando a atenção para os mais vulneráveis, para que não sejam esquecidos”, disse o coordenador-geral do DCE Gabriel Lopo.

Sandra Goulart não descartou a possibilidade de rodízio para reduzir a quantidade de pessoas por sala, como vem sendo feito por outros países. Mas enfatizou. “Ainda não chegamos neste momento”.

A reitora ainda tranquilizou os estudantes e disse que tudo o que estava programado para acontecer no primeiro e segundo semestres, continua com previsão de ocorrer. “Há algumas pessoas que vão entrar através de outra chamada, ainda no primeiro semestre, isso ocorrerá. Todos os processos serão retomados oportunamente, datas serão comunicadas oportunamente. Quem está preparado para entrar no segundo semestre, fique tranquilo, porque vai ocorrer”, afirmou.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*