A Polícia Militar apreendeu pipas com linhas chilenas e de cerol em Montes Claros (MG). Nesta terça-feira (9), três menores de 11, 15 e 17 anos foram apreendidos na região do Maracanã. Na segunda (8), a PM já havia incendiado 23 carreteis com as mesmas linhas. O material foi apreendido nas regiões dos bairros Delfino Magalhães, Jardim Olímpico e Jardim Palmeiras

Duas ocorrências com mortes foram registradas no Norte de MG devido ao uso das linhas cortantes, que são ilegais. Na segunda, uma mulher de 46 anos morreu ao ser atingida no pescoço em Montes Claros. Ela andava de moto pela Avenida Vicente Guimarães e levava o filho na garupa. Poucos dias antes, outra motociclista também morreu da mesma forma em Bocaiuva.

“Estava prevista a realização da operação Alferes Tiradentes, com duração de 24 horas e de combate a vários crimes. Diante da situação de ontem, o comando da PM se sensibilizou e nós fizemos uma ação no sentido de tomar providências”, explica o tenente Yaroslav Popoff.

Os adolescentes apreendidos foram flagrados soltando pipas com as linhas proibidas. O tenente esclarece que a equipe que atuou na fiscalização ouviu relatos de motociclistas que relataram várias situações de perigo em função das linhas cortantes.

Linhas apreendidas pela PM pouco antes da mulher morrer em Montes Claros — Foto: Polícia Militar / Divulgação

Linhas apreendidas pela PM pouco antes da mulher morrer em Montes Claros — Foto: Polícia Militar / Divulgação

Segundo Popoff, a fiscalização teve como base o artigo 132 do Código Penal, que define como crime:
– Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente
– A pena é de detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

“A prática mais comum é fazer a incineração. Mas, tendo em vista a falta de conscientização da população, é preciso haver punições mais severas.”

Em Minas Gerais, a Lei 23.515 de 2019 proíbe a venda e uso de linhas cortantes e prevê aplicação de multa de mil unidades fiscais. Em caso de reincidência o valor é multiplicado por 50. O infrator está sujeito a responsabilidades civil e penal cabíveis. Quando a linha apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, os pais ou responsáveis legais serão notificados e o caso será comunicado ao Conselho Tutelar.

Morte em Montes Claros

Mulher passava por avenida quando foi foi ferida por linha chilena — Foto: João Edwar / Inter TV

Mulher passava por avenida quando foi foi ferida por linha chilena — Foto: João Edwar / Inter TV

No dia 8 de junho, uma mulher morreu ao ser ferida por linha chilena em Montes Claros. Ela seguia de moto com o filho de 11 anos na garupa. O menino não teve ferimentos. O Samu chegou a ser acionado para fazer o socorro, mas a vítima não resistiu a uma lesão profunda no pescoço.

Segundo o tenente Márcio Henrique Borges Silva, da Polícia Militar, tem poder de corte suficiente para danificar a lataria de um carro.

Uma testemunha disse à PM que viu algumas pessoas soltando pipa no local onde a mulher morreu. Um carro arrastou a linha e a vítima, que estava atrás de moto, foi atingida no pescoço.

“Infelizmente situações como essa são fruto da falta de sensibilidade e da ausência de uma legislação mais incisiva. Se o uso gera algum dano, a punição vai ser com base no dano gerado, que nesse caso, se houvesse prisão, poderia ser homicídio”, explicou o tenente.

Sobre a legislação, Márcio Henrique complementa dizendo que se pessoa é flagrada portando ou soltando pipa com a linha é feita a apreensão do material e a aplicação de multa. Quando, na verdade, a linha chilena representa um risco muito maior, por isso, a necessidade de regras mais rígidas.

Morte em Bocaiuva

No dia 5 de junho, uma mulher de 24 anos morreu ao ter o pescoço atingido por uma linha chilena em Bocaiuva. Bruna Santos Silva andava de moto por uma estrada que margeia a BR-135, quando foi ferida. Um homem foi preso e carreteis com linhas foram apreendidos na casa dele.

O Samu foi chamado e constatou o óbito da jovem, que teve uma lesão profunda no pescoço e hemorragia intensa.

“A primeira orientação é de que as pessoas não soltem pipa em qualquer lugar onde possam colocar em risco as vidas de terceiros. Com uso da linha chilena ou com o cerol, o que parece um lazer se torna uma situação extremamente perigosa, uma pessoa quer cortar a linha da pipa da outra, a pipa voa sem rumo e sem direção e pode acontecer uma fatalidade como essa”, destacou o capitão Bruno Gonçalves ao G1.

Lugar onde Bruna foi ferida — Foto: João Lã dos Santos

Lugar onde Bruna foi ferida — Foto: João Lã dos Santos

No dia 5 de junho, uma mulher de 24 anos morreu ao ter o pescoço atingido por uma linha chilena em Bocaiuva. Bruna Santos Silva andava de moto por uma estrada que margeia a BR-135, quando foi ferida. Um homem foi preso e carreteis com linha foram apreendidos na casa dele.

Segundo informações fornecidas por testemunhas à Polícia Militar Rodoviária Estadual, ao ser atingida a jovem caiu e a moto ficou desgovernada. A linha chilena é usada ilegalmente para soltar pipa e tem maior poder de corte que de cerol.

O Samu foi chamado e constatou o óbito da jovem, que teve uma lesão profunda no pescoço e hemorragia intensa.

“A primeira orientação é de que as pessoas não soltem pipa em qualquer lugar onde possam colocar em risco as vidas de terceiros. Com uso da linha chilena ou com o cerol, o que parece um lazer se torna uma situação extremamente perigosa, uma pessoa quer cortar a linha da pipa da outra, a pipa voa sem rumo e sem direção e pode acontecer uma fatalidade como essa”, destacou o capitão Bruno Gonçalves a Liberdade web .

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