Corredores de rua de Montes Claros se reinventam nos treinos por conta da pandemia

A pandemia do novo coronavírus alterou a forma de praticar diversas atividades físicas que muitas vezes costumavam acontecer em grupos. A corrida de rua foi uma delas. Com a orientação do Ministério da Saúde de manter o afastamento social, corredores estão precisando se reinventar e buscar motivação para manter o exercício em dia.

A LW conversou com duas corredoras de Montes Claros que precisaram alterar a dinâmica dos treinos para não perder o foco.

Graciele Mota começou a correr em 2012, inicialmente, para perder peso. Contudo, foi pegando gosto pela atividade até que participou de sua primeira maratona no ano passado, na qual percorreu 42 quilômetros.

Ela costumava correr em grupos, mas na pandemia precisou aderir aos treinos individuais.

– Nós, corredores, estamos tentando nos reinventar e continuar com a motivação, porque além de cuidar da saúde, muitos corriam para poder participar de provas e diminuir tempo. No meu caso, eu tinha algumas provas programadas, mas como foram todas canceladas, estou tentando manter os treinos e as planilhas individualmente – detalha.

Em Montes Claros, o uso de máscaras é recomendado nas ruas. O que passou a ser mais um assessório dos corredores tornou-se também um desafio.

– Tem a questão do uso de máscaras para correr. Eu não adaptei e não consigo correr com a máscara, logo eu tento correr em um horário mais cedo e em vias que eu sei que há um fluxo menor de pessoas – revela.

Para não correr todas as vezes sozinha, Graciele disse que, no máximo, pratica a atividade com um colega, mas sempre preconizando o distanciamento.

– Assim vamos levando. É a forma que a gente tem. Não vamos desanimar – exalta.

Outra corredora do município que também precisou se adaptar é Geir Francisca de Jesus. Ela começou a correr há cerca de seis anos após apresentar alguns problemas de saúde.

– Tive um câncer no colo do útero, então meu médico recomendou a prática de atividades físicas. Assim, eu comecei a correr e gostei muito. Um ano atrás tive um câncer na tireoide e continuo a correr. Graças a Deus fui curada novamente. Nesse tempo todo, tenho uns 50 troféus. Eu amo correr, eu amo a natureza – revela.

Geir também teve que adotar protocolos para continuar praticando o que ama.

– Treinávamos três vezes por semana e alguns sábados. Agora, eu estou treinando no domingo, em que tem poucas pessoas na rua. Aí eu vou pra lugares onde não tem muito movimento. Treino em casa também, ao participar de lives e desafios – explica

Ela também encontrou dificuldades em se habituar com a máscara de proteção no decorrer das corridas.

– Eu não estou conseguindo correr com a máscara o tempo todo. Dificulta a respiração. Quando não tem ninguém por perto, eu retiro, mas quando eu passo próximo a pessoas eu sempre utilizo – explica.

Geir praticando a corrida de rua — Foto: Geir Francisca de Jesus/Arquivo pessoal

Geir praticando a corrida de rua — Foto: Geir Francisca de Jesus/Arquivo pessoal

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