Moradores e CMPHC de Bocaiuva fazem propostas para melhorias de projeto da Eco-135 durante audiência pública

Durante a Audiência Pública sobre o Projeto da Eco-135 em Bocaiuva (MG), na noite desta terça-feira (25), no Centro Cultural Henfil, moradores e o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural (CMPHC) se manifestaram junto à concessionária, DEER-MG e Secretaria de Estado de Infra-Estrutura e Mobilidade (Seinfra) de Minas Gerais, com propostas para readequação do projeto de obras na área urbana da rodovia.

O evento foi promovido pela Frente Parlamentar Ir e Vir da Câmara de Vereadores de Bocaiuva, com solicitação feita pelos vereadores Adalberto Fernandes, Jeferson Carlay e Juninho de Sentinela, membros desta comissão.

Participaram da Mesa, o representante do Ministério Público, Promotor Dr. Thiago Mendes; o diretor superintendente da Eco-135, Sílvio Caldas; o diretor de engenharia da Eco-Rodovias, Ramon Becker; Prefeito Roberto Jairo Torres; Presidente da Câmara, José Maria Torres; demais vereadores, deputados, e um membro da Secretaria de Estado de Infra-Estrutura e Mobilidade Urbana, representando o secretário Fernando Marcato, que não pôde comparecer pois se encontrava em Roma, Itália.

O diretor de engenharia da empresa , Ramon Becker, apresentou o projeto que, de acordo com ele, passou por algumas adequações.

A área urbana da BR-135 compreende o km 410 ao 414, onde, conforme o projeto apresentado, serão feitas intervenções como duplicação, construção de uma trincheira e um viaduto, além de outras obras de menores portes, como: barreiras, passarela, sinalização, iluminação, pistas de desaceleração e faixas adicionais.

No projeto original não havia a trincheira, que após consulta ao município, a Eco-Rodovias acabou a incluindo numa modificação do plano.

Contrapontos do Patrimônio Histórico e Cultural

O engenheiro arquiteto urbanístico do CMPHC, de Bocaiuva, Guilherme Araújo (foto acima), fez o uso da palavra para questionar o projeto, que, para ele, “…é técnico, mas carece de um olhar humano”.

Guilherme sintetizou que esse modelo de projeto “atende apenas a demanda de veículos e que a cidade também é feita de pessoas e não apenas de carros.”

Lembrou principalmente dos bens imateriais tombados, como grupos de quadrilhas e de catopês, além do monumento material do Cristo Misericordioso, situado no Bairro Zumbi, que, de acordo com ele, teria obstruída a sua visão. Um dos maiores questionamentos feitos pelo arquiteto do CMPHC é sobre as barreiras, que, segundo sua avaliação, torna a cidade dividida.

Guilherme disse esperar que as propostas possam ser efetivadas no projeto postas na prática seguindo o interesse social.

Indicações de moradores

Na ocasião, populares fizeram algumas sugestões e reclamações, como: a construção de uma ciclovia; a retirada de esgotos dos banheiros que jorram no rio da região nuclear da Catarina e o envio de máquinas para reconstrução de estradas com acesso das comunidades no entorno da praça de pedágio, no município de Bocaiuva.

A sugestão da ciclovia, que não constava no projeto, foi feita pela educadora Jucilene Vieira, que citou ter alunos que fazem percursos de bicicleta entre o centro e os bairros situados na parte Leste da cidade. Essa demanda, de acordo com Ramon Becker, seria encaminhada ao DEER para avaliação e possível inclusão no projeto.

A moradora da comunidade da Catarina, Maria do Rosário, que foi dirigente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), denunciou que o esgoto sanitário dos banheiros construídos na Praça de Arrecadação estava sendo atirados no rio da região e cobrou providências da empresa concessionária.

O ex-vereador e comerciante Lélio Vieira se pronunciou a favor da preservação das condições dos estabelecimentos no Eixo Empresarial Claércio de Almeida, instalado no entorno urbano da BR-135, sem que os mesmos sejam prejudicados com as intervenções do projeto da Eco-135.

Outro comerciante indagou se o alargamento do canteiro adentrasse nos meios fios dos estabelecimentos comerciais e o diretor de engenharia da empresa responsável pelo projeto, Ramon Becker, assegurou que esse dispositivo seria feito em direção a área central da rodovia, e não entraria no espaço do eixo empresarial.

Também informou que no trecho urbano da BR-135 não seriam inseridos redutores de velocidade, mas pistas de desaceleração para segurança viária visando a diminuição dos riscos de acidentes.

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